segunda-feira, 31 de maio de 2010

Irritando-me.

Quero gritar.
Tirar esse nó da garganta.
Logo eu, tão defensora do sentir.. cansei.
Me vejo agora querendo um pouco de indiferença.
Com a dúvida que me pega..
Indiferença é também um sentimento ou é só a ausência dele?
Sendo o que ela for, é ela que eu quero agora.
Quero olhar pra trás e não saber se foi bom ou ruim..
Quero olhar pra trás e não sentir absolutamente nada.
Não esquecer e não cometer o mesmo erro.
Mas seguir em frente como se simplesmente não fosse.
Quero gritar.
Quero gritar.
Quero gritar.
E tirar esse nó meu, esse nó.
-

Gato da Segunda sem previsão de volta.
Bateu a preguiça.
E a loucura..

terça-feira, 11 de maio de 2010

Três pontinhos.

...

Tem coisa mais perturbadora?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

Amnésia.

Tem dias em que eu agradeço o álcool por não me deixar lembrar muita coisa.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Antes tarde.

- Eu não te entendo.
- Eu nunca disse que era fácil..
Ele apoiou as mãos na cabeça e se jogou no sofá.
Eu continei sentada.
- É.. não é.
O silêncio tomou conta da sala, da televisão, dos gatos.
Alguma coisa fez barulho na rua e silenciou em seguida, também.
- É como eu sou. Às vezes, eu corro na direção do que quero. Em outras, corro na direção contrária.
- E o que você quer agora?
Pareceu óbvio pra mim, mas pra ele, com certeza, não era.
- Eu não quero nada. - eu disse, me retorcendo por dentro.
Ele levantou, pegou a chave e abriu a porta pra ir embora.
Eu sabia que mais um gole de cerveja me faria ligar pra ele menos de cinco minutos depois.
A porta bateu e ficou nada resolvido.
Não tinha o que resolver.
Era a minha vontade e a dele, batendo de frente.
Vontades não se resolvem, cada um tem a sua.
Pensei em quantas vontades eu passei, em quantas oportunidades eu já perdi.
Olhei pro celular.. pensei uma, duas, três vezes.
Me joguei, de lado, e apoiei a cabeça nas almofadas.
Olhei pro celular, mais uma vez, esperando tocar.
Não tocou.
E o sono veio me salvar.
-

Três pontinhos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Pranto.

Ando solto.
Ando livre por aí.
Preso, sim.. também.
Em mim mesmo, acorrentado.
Com o pensamento atado aos meus erros, ao passado.
Perdoar, já me perdoaram.. alguns.
Perdoar, eu já perdoei.. alguns.
Mas os meus, eu não consegui.
Carrego como bagagem, levo pra onde eu vou..
Largo em um canto e vôo.
Abro as asas, volto e as fecho.
E em um silêncio aparentemente triste lembro de todas as coisas boas que esses vôos já me trouxeram.
Não desisto de voar.
Dizem que eu tenho essa inquietação no olhar..
Que no fundo, bem no fundo, atrás de um e outro sorriso, ela se esconde.
Se esconde bem, é difícil de ver.. se disfarça.
Dizem que eu tenho a inquietação de quem se perdeu..
De quem voa pra procurar.
Mas no fundo, bem no fundo, não faz muita questão de se encontrar.
Ando solto.
Vez em quando, ando leve.
Tomei nota de que erro acontece pra virar lição.
Tanta coisa a gente esquece de botar na mala..
A escova de dente, o carregador do celular, as cuecas.
Um dia, vai me dar de esquecer a bagagem inteira.
A bagagem, não digo..
Mas o quanto ela me pesou nas costas, ao menos.
E o vôo vai ser bem mais alto..
-

Bem-vindo, Maio!

Gato da Segunda: Jude Law.


Tá quase virando 'Gato da Terça', né?